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Educação em Nutrição é Fundamental para Pacientes com Doenças Inflamatórias Intestinais e para Profissionais de Saúde

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Quando algum paciente com doença de Crohn ou retocolite ulcerativa me questiona se a alimentação pode influenciar na sua doença, eu sempre respondo que sim e sugiro que busque orientação com um profissional especializado no assunto, mas aí entramos em outro problema, como encontrar esses profissionais especialistas em nutrição nas Doenças Inflamatórias Intestinais (DII). 

Aqui no Brasil, existe uma escassez de profissionais que entendam e saibam tratar pacientes com DII em relação ao seu estado nutricional, mas isso não é um fato que ocorre somente aqui no nosso país. No mundo todo, infelizmente, ainda são pequenas as fontes de pesquisa confiáveis em relação a nutrição em DII. 

Hoje encontrei um texto no site Healio sobre uma recente pesquisa realizada pela Fundação de Crohn e Colite dos Estados Unidos da América, onde os pesquisadores concluiram que existe uma enorme deficiência de conhecimento por parte tanto dos profissionais de saúde assim como pacientes em relação a importância da nutrição em DII.

Inicialmente, compartilho aqui com você, dois parágrafos de um artigo, da minha Nutricionista, publicado na Revista HUPE (Hospital Universitário Pedro Ernesto) intitulado Tratamento Nutricional nas Doenças Inflamatórias Intestinais.

“A etiologia das DII está relacionada a aspectos genéticos, imunológicos e ambientais. Dentre os aspectos ambientais, encontram-se os fatores dietéticos e, sugere-se que, dietas com baixo teor de fibras e altos conteúdos de açúcar, gordura animal, gorduras totais, ácidos graxos poliinsaturados ômega-6 e carnes, podem constituir fatores de risco para estas doenças. Propõe-se também que o consumo de sucos, frutas cítricas e vegetais poderia reduzir o risco de desenvolvimento tanto de doença de Crohn quanto de retocolite ulcerativa. Além disso, indica-se que o aleitamento materno pode prevenir a ocorrência de DII, da mesma maneira que previne outras doenças mediadas imunologicamente como a asma, a dermatite atópica, a rinite alérgica, entre outras. Porém, a respeito destes aspectos, estudos mais conclusivos ainda são necessários. A terapia nutricional na vigência das DII tem como objetivo o controle dos sintomas, a prevenção e a correção da desnutrição e das diversas deficiências nutricionais e a redução das sequelas em longo prazo, incluindo o déficit de crescimento em crianças e a osteoporose em adultos.Estudos recentes têm sugerido também, que alguns nutrientes podem estar envolvidos na modulação da resposta imune como os probióticos e os ácidos graxos ômega.” Fonte: Terapia Nutricional nas Doenças Inflamatórias Intestinais

A pesquisa conduzida recentemente pela Crohn’s & Colists Foundation of America (CCFA)  encontrou falhas, significativas, no conhecimento sobre o papel da nutrição nas Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), por parte de pacientes e profissionais de saúde, fato que destaca a necessidade de melhoria na educação e acesso aos serviços de nutrição. 

A Dra Caroline Hwang, Gastroenterologista do Centro de Saúde Digestiva da Universidade da Califórnia do Sul e chefe da pesquisa sobre de nutrição da CCFA, afirma que a desnutrição é muito comum em pacientes com DII, mas poucos conhecem quais são as melhores práticas recomendadas para a avaliação e cuidados nutricionais desses pacientes. A pesquisa conduzida por ela, foi direcionada para pacientes e profissionais de saúde, buscando avaliar os seus conhecimentos, suas atitudes e crenças sobre nutrição.

Pacientes, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e nutricionistas, membros da CCFA receberam um questionário para avalição.  
Os pacientes responderam 13 perguntas sobre características demográficas e da doença, conhecimentos sobre nutrição geral e qual a percepção desses pacientes sobre a importância da nutrição nas DII, sobre desnutrição e sobre a interação com os profissionais de saúde em relação a alimentação e nutrição. 
Os profissionais de saúde responderam 14 questões sobre dados demográficos e a prática clínica, conhecimentos de nutrição geral, percepção da importância da nutrição, práticas de avaliação nutricional, interação com os pacientes sobre nutrição e utilização dos recursos nutricionais.
Resultados entre os profissionais de saúde:

Foram 233 profissionais de saúde avaliados, sendo 65,5% gastroenterologistas, 15,2% enfermeiros e 6,7% nutricionistas. Dentro dessa população de profissionais de saúde, a avalição de “Muito Bom” para os conhecimentos sobre nutrição em DII ficou assim:


1º – Nutricionistas (86,7%)
2º – Gastroenterologistas (41,1%)
3º – Enfermeiros (16,1%) 
Além disso, cerca de um terço dos gastroenterologistas e nutricionistas relatou que não realizam avaliações de rotina em seus pacientes sobre desnutrição e somente menos da metade afirmaram que promovem cuidados adequados sobre nutrição para orientar seus pacientes de DII.

Resultados entre os pacientes:
Entre os 567 pacientes que responderam (73% mulheres, 52% com mais de 45 anos de idade), 27% alcançaram a escala “Muito Bom” sobre seus conhecimentos nutricionais nas DII. 

Pacientes com doença de Crohn tiveram um melhor resultado em realação aos conhecimentos sobre nutrição do que pacientes com retocolite ulcerativa.
58,5% dos pacientes relataram que a nutrição é “muito importante” para o tratamento das DII.

36% dos pacientes relataram que conversam rotineiramente com um profissional de saúde sobre nutrição.
Os pesquisadores concluíram que além de focar em iniciativas educacionais e desenvolvimento de recursos adequados em nutrição, profissionais especializados em nutrição devem estar integrados à equipe multidisciplinar no cuidado das DII e a acessibilidade aos serviços qualificados em nutrição precisam ser melhorados urgentemente.

Sendo assim, a CCFA desenvolverá um programa focado em nutrição para o tratamento das DII, com ferramentas validadas,  para que os profissionais de saúde possam identificar e avaliar os pacientes desnutridos ou em risco de desnutrição, assim como ferramentas educacionais para a prevenção e tratamento dos quadros de desnutrição. 

Os achados desse estudo reforçaram a importância da criação de um programa de nutrição para a otimização da qualidade de vida e evolução clínica dos pacientes. 

Mais uma fonte segura de consulta sobre nutrição e DII da Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino: Nutrição e Dieta – Doença Inflamatória do Intestino


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O Farmale é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde, nutrição e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.
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