Microbioma humano contém exponencialmente mais genes do que a quantidade de genes humanos
O professor Dan Waitzberg ressalta que o microbioma humano contém exponencialmente mais genes do que a quantidade de genes humanos e, por isso, é muito provável que o maior conhecimento do microbioma venha a ser crítico para prevenir e tratar diversas doenças neurológicas, psiquiátricas, respiratórias, cardiovasculares, gastrointestinais, hepáticas, autoimunes, metabólicas e oncológicas nos próximos anos. “Sabemos que 80% dos microrganismos que habitam o corpo humano ficam no trato gastrointestinal, principalmente no cólon. Portanto, é impossível dissociar a microbiota da DII”, complementa o professor Claudio Fiocchi. Entretanto, por ser muito diversificada e abundante, não é possível quantificar ou qualificar esse ecossistema sem ver quais genes são expressados pelos microrganismos, que tipos de proteínas essas bactérias produzem, como é esse metabolismo e muitas outras questões.
Uma novidade na área é o mapeamento do microbioma, já disponível em vários laboratórios específicos – inclusive no Brasil. Segundo o professor Dan Waitzberg, diretor científico da Bioma4me (que faz esse mapeamento), conhecer a composição da microbiota intestinal na saúde e na doença permite a prevenção e o tratamento de algumas enfermidades e distúrbios de saúde, assim como intervenções mais seguras a partir de indicação adequada de cepas específicas de probióticos e prebióticos. “Também vai auxiliar os médicos e nutricionistas a reforçar a necessidade da mudança de hábitos e estilo de vida dos pacientes. Essa atitude inclui forçosamente a dieta, que poderá ser reforçada com a inclusão de nutrientes específicos para buscar o equilíbrio da microbiota intestinal”, argumenta.
Os professores concordam que, a cada ano, a Medicina se aproxima das condições para ser mais personalizada, e considerar as diferenças genéticas em termos de polimorfismos e epigenética será um dos caminhos para prevenir e tratar doenças.
Fonte: ABCD em Foco