Procedimento cirúrgico que remove parte do intestino
A ressecção intestinal é um procedimento cirúrgico que remove parte do intestino, sendo indicada para tratamento de várias doenças dos intestinos delgado e/ou grosso, incluindo câncer, obstrução intestinal, doença inflamatória intestinal, entre outras condições clínicas.
Os tipos de ressecção intestinal podem variar de acordo com o local da cirurgia realizada, e dependendo do grau da extensão e localização podem resultar em consequências clínicas tanto leves quanto graves. Abaixo o resumo de algumas repercussões:
? Ressecção Duodenal: embora seja um local de absorção dos principais nutrientes, se a ressecção for da 1ª e/ou 2ª porção e for mantido o canal bíleo-pancreático, não resulta em consequências sérias, já que a absorção de ferro, ácidos graxos e cálcio são compensados pelo jejuno.
? Ressecção Jejunal: O duodeno ou íleo podem compensar a absorção de açúcares, ácidos graxos, proteínas, vitaminas hidrossolúveis, cloretos e potássio sem haver prejuízos nutricionais. Contudo, pode haver o surgimento de intolerância a lactose, dada à atividade desta e de outras dissacaridases neste local.
? Ressecção Ileal: Se for do íleo distal haverá grandes complicações nutricionais e clínicas, uma vez que é o único local da absorção do complexo vitamina B12-fator intrínseco e de sais biliares, que resulta na má absorção de lipídios e vitaminas lipossolúveis. Além disso, pode haver prejuízo na absorção cálcio, zinco e magnésio pela formação de “sabões” a partir dos ácidos graxos mal absorvidos, entre outras complicações. A ressecção dessa parte do intestino, não pode ser compensada por nenhuma outra porção.
? Ressecção de Cólon: pode ocorrer diarreia, dependendo do tamanho da ressecção, mas essa normalmente diminui após processo de adaptação.
Diante disso, percebe-se a necessidade do nutricionista conhecer o local e a extensão da ressecção para adequação do planejamento nutricional, visando a recuperação e manutenção do estado nutricional, evitando deficiências e auxiliando no desenvolvimento da adaptação intestinal desses pacientes.
Fonte: @cristinadiestel_nutri