Tem se ouvido muito falar sobre esse novo tipo de terapia para tratamento de algumas doenças gastrointestinais e ultimamente também para obesidade.
Nos Estados Unidos, já foi comprovado em alguns testes com seres humanos, que a aplicação de bactérias presentes nas fezes de um indivíduo saudável em um indivíduo doente faz total diferença em tratamentos de infecções causadas por Clostridium difficile, por exemplo. Outros mostram resultados efetivos em casos de diarreia crônica.
Desde então questiona-se a influência da microbiota na questão da obesidade. Alguns estudos experimentais em ratos mostraram que o transplante de microbiota de ratos estéreis magros através das fezes, ou seja, sem nenhuma contaminação de germes, em ratos obesos, também, estéreis, fez total diferença no emagrecimento dos ratos obesos que, além do transplante, tiveram acompanhamento de dieta rica em fibras e pobre em gorduras, que foi fundamental para a perda de peso. O mesmo estudo avaliou a implantação de microbiota dos ratos obesos nos ratos magros e estes não sofreram alteração de peso significativa.
Uma das principais funções das bactérias presentes no intestino humano é a transformação de fibras alimentares em ácidos graxos de cadeia curta, que fornecem grande parte da energia que se utiliza para as atividades diárias. Esses ácidos graxos, além de fornecerem energia, desempenham funções importantes na sintetização de hormônios que conferem saciedade e inibem o acúmulo de tecido gorduroso.
Mais estudos estão por vir e tentarão desvendar quais bactérias afetam diretamente na perda de peso, mas sabe-se que não será nada fácil, uma vez que o intestino possui cerca de dez vezes mais o número de células do nosso corpo.
Referências:
Grehan, M.J.; Borody, T.J.; Leis, S.M.; Campbell, J.; Mitchell, H.; Wettstein, A. Durable alteration of the colonic microbiota by the administration of donor fecal flora. Journal of Clinical Gastroenterology. 2010; 44(8):551-561.
Ridaura, V. K., Faith, J. J., Rey, F. E., Cheng, J., Duncan, A. E., Kau, A. L. & Gordon, J. I. (2013). Gut microbiota from twins discordant for obesity modulate metabolism in mice. Science, 341(6150), 1241214.
Fonte: Revista Nutri Online
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