As séries ambientadas em hospitais são um sucesso no mundo todo, sendo “Grey’s Anatomy” a mais famosa delas com uma audiência de cerca de 9 milhões de pessoas.
Um estudo recente publicado no periódico “Trauma Surgery & Acute Care Open” decidiu apurar essa influência nos americanos e chegou à conclusão de que esses programas de TV servem de fonte primária para informações sobre saúde. Com isso, acabam criando expectativas que nem sempre correspondem à realidade.
A pesquisa analisou 290 pacientes ficcionais de 269 episódios de “Grey’s Anatomy” e os comparou com traumas verdadeiros sofridos por 4812 pacientes. Enquanto 71% dos pacientes da TV foram diretamente da emergência para a sala de cirurgia, na vida real isso é algo bem diferente, pois acontece apenas com 25%.
O estudo também mostrou que apenas um de cada 20 sobreviventes do drama televisivo foram transferidos para uma unidade de cuidado intensivo enquanto a proporção na realidade é muito maior. E mais: a taxa de morte é significantemente maior no hospital de “Grey’s” do que na vida real.
“Da perspectiva do trauma, é particularmente importante saber disso porque os pacientes não têm muito tempo com seus médicos para dizer a eles o que esperam. De repente eles estão no hospital e a única referência que têm é Grey’s Anatomy”, explicou o doutor Jordan Weinberg, líder do estudo e especialista em cirurgia de trauma no St Joseph’s Hospital and Medical Center em Phoenix, em entrevista ao site “Daily Mail”.
De acordo com ele, os programas de TV também tendem a mostrar muitas histórias de doenças raras, machucados bizarros, traumas fantásticos, entre tantos outros eventos, que não condizem com a realidade de um hospital de verdade nos Estados Unidos.
E é justamente esse desequilíbrio entre o realismo e o drama que pode resultar em pacientes vivendo uma percepção distorcida da realidade.
Fonte: Metro