Qualidade de vida e políticas públicas para ostomizados foram debatidas em seminário no HSF
Aconteceu em Concórdia, no dia 14/6 um seminário promovido pela Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa e Secretaria de Estado da Saúde sobre a qualidade de vida dos pacientes ostomizados e as políticas públicas de atendimento a esta população, que chega a 4 mil pessoas em Santa Catarina.
Conforme publicação da Alesc, o evento reuniu 130 profissionais da saúde de 53 municípios da macrorregião do Meio-Oeste no auditório do Hospital São Francisco. Outros quatro seminários semelhantes estão marcados para Mafra (em agosto), Lages (setembro), Blumenau (outubro) e Chapecó (novembro).
“Quem lida com o pacientes, como enfermeiros e cuidadores, precisa ter essa orientação sobre novas práticas, novas técnicas, inclusive os próprios pacientes e seus familiares, para que possam ajudar no tratamento”, explicou o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputado Neodi Saretta.
Segundo o parlamentar, entre os objetivos do seminário estão cobrar políticas públicas de atendimento, regularizar a entrega dos insumos aos pacientes e oferecer, quando possível, cirurgias de reversão das ostomias. Para Saretta, outra meta é mostrar que o paciente ostomizado precisa de um cuidado especial, mas pode levar uma vida normal. “Uma das coisas do seminário é ajudar a combater preconceitos que eventualmente se tem contra uma pessoa ostomizada”, disse o deputado.
Rotatividade de profissionais
A capacitação contínua de quem atende ostomizados se torna mais importante ainda em função da grande rotatividade destes profissionais, principalmente nos pequenos municípios do Estado. A avaliação é da Coordenadora da Área Técnica da Saúde da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Estado da Saúde, Jaqueline Reginatto. “É um projeto que engloba as sete macrorregiões do estado, envolve os 295 municípios e a ideia é capacitar os profissionais enfermeiros, técnicos, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, toda a rede e também cuidadores e pacientes em relação aos cuidados com a pessoa com ostomia”, esclareceu.
Empatia
Na quinta-feira (13/6), uma dinâmica proporcionou aos profissionais da saúde uma experiência como pacientes. “Alguns usaram uma bolsinha para se colocar no lugar do paciente”, contou a presidente da Associação Catarinense de Ostomizados, Candinha Jorge. Para ela, a dinâmica serviu para os profissionais ficarem cientes dos direitos dos ostomizados, sempre na busca por um maior entendimento e respeito pelos pacientes. Candinha elogiou a iniciativa de realização do seminário e defendeu a participação dos pacientes nas discussões. “Nada sobre nós sem nós”, resumiu.
O que é pessoa ostomizada?
Pessoa ostomizada é aquela que precisou passar por uma intervenção cirúrgica para fazer no corpo uma abertura ou caminho alternativo de comunicação com o meio exterior, para a saída de fezes ou urina, assim como auxiliar na respiração ou na alimentação. Essa abertura chama-se estoma. Muitos procedimentos cirúrgicos necessários para tratamento do câncer acabam gerando estomas.
O que é estomia?
É o nome da cirurgia que cria o estoma, um orifício, no abdômen ou na traqueia, permitindo comunicação com o exterior. São elas:
- Estomias Intestinais (colostomia e ileostomia) – São intervenções cirúrgicas realizadas, tanto no cólon (intestino grosso) como no intestino delgado e consistem na exteriorização de um segmento intestinal através da parede abdominal, criando assim uma abertura artificial para a saída do conteúdo fecal.
- Estomias urinárias (urostomia) – Abertura abdominal para a criação de um trajeto de drenagem da urina. São realizadas por diversos métodos cirúrgicos, com objetivo de preservar a função renal.
- Gastrostomia – É um procedimento cirúrgico que consiste na realização de uma comunicação do estômago com o meio exterior. Tem indicação para pessoas que a necessitam como via suplementar de alimentação.
- Traqueostomia – Procedimento cirúrgico realizada para criar uma comunicação da luz traqueal com o exterior, com o objetivo de melhorar o fluxo respiratório.
O que é a bolsa coletora?
A bolsa é um saco coletor que recebe as fezes ou a urina. Há vários tipos e são indicados de acordo com a localização do estoma, idade da pessoa e tipo de material a receber. Essas bolsas coletoras podem ser drenáveis ou não, opacas ou transparentes e em uma ou duas peças.
Fonte: Rádio Rural