O pioderma gangrenoso (PG) é uma dermatose neutrofílica rara, crônica e muitas vezes recorrente.
Sua etiologia é incerta, havendo, na maioria das vezes, associações com doença inflamatória intestinal (retocolite ulcerativa e doença de Crohn), neoplasias malignas, artrites e doenças hematológicas.
Foi descrito inicialmente em 1916 por Brocq e melhor caracterizada posteriormente por Brusting em 1930, que assim o denominaram por acreditarem se tratar de uma infecção estreptocócica causadora de gangrena cutânea. Ainda hoje sua patogênese permanece em grande parte desconhecida, porém está estabelecido que o PG não é diretamente causado por bactérias, não representando portanto, uma patologia de natureza infecciosa.
Estima-se que sua incidência ocorra entre 3 a 10 casos por milhão de pessoas com muitos relatos na literatura envolvendo casos únicos ou pequenas séries de pacientes. Ele pode se manifestar em qualquer idade, sendo mais comum no adulto jovem entre 25-54 anos, afetando mais frequentemente mulheres do que homens. Raramente se manifestando em crianças (menos de 4% dos casos), quando costuma estar associado a outras doenças sistêmicas. Relatos publicados em revistas científicas fazem referência a seu desenvolvimento em pacientes imunodeprimidos pelo uso de medicações imunossupressoras, quimioterapia e também em casos de infecções por HIV.
A apresentação clínica do PG é variável, essencialmente se caracterizando por lesões cutâneas ulceradas e dolorosas, múltiplas ou solitárias, de evolução rapidamente progressiva e com aspecto salpicado e eritematoso. Os membros inferiores constituem o local mais comumente acometido.
Fontes:
Pebmed
Manual MSD