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Ostomia: desenvolvendo o autocuidado eficiente

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As intervenções cirúrgicas que resultam em ostomias intestinais são comuns nas doenças inflamatórias intestinais (DII), o que por si justificaria o tema em foco aqui no blog, não fosse também, a constatação da inquietude dos pacientes ostomizados demonstrada durante seguimento pré e pós-operatório.
 
O assunto ostomia é bastante presente nos grupos de DII pelo Facebook, pois as complicações das DII podem levar a cirurgias que necessitam da construção de um estoma permanente ou não. Por isso acho muito importante compreendermos alguns termos, como estoma, ostomia, bolsa coletora, colostomia, ileostomia, etc para que possamos nos sentir um pouco mais à vontade com o assunto. Não é um fato que todos seremos um dia ostomizados, mas a possibilidade existe, pois as complicações das DII envolvem o intestino.
 
Para aqueles que já sabem que passarão por tal procedimento é muito importante que compreendam a cirurgia que será realizada e suas consequências. A imagem do abdome com parte do intestino exteriorizado poderá ser chocante, mesmo com toda a informação que você recebeu, e o processo de aceitação dessa nova condição será difícil mesmo. Agora imagina se você não recebeu nenhuma informação sobre o assunto no pré-operatório? Então, pelo sim, pelo não, vamos conversar sobre ostomia aqui no blog. Assunto importante para quem já é ostomizado, para quem será e para aqueles que querem mais informações sobre as complicações em DII.
 

Estou criando aqui um canal de informação onde a comunicação e a empatia com o paciente será a base para ajudar com o processo de aceitação e do autocuidado eficiente.

 
A avaliação pré-operatória de uma cirurgia geradora de estoma é imprescindível para que se alcance uma reabilitação eficiente voltada para o autocuidado e reduzam-se suas taxas de complicações. A fase pré-operatória é uma etapa muito importante, pois o paciente se encontra abalado pelas informações acerca de sua doença, da intervenção cirúrgica e da construção de um estoma. Acrescente-se ainda que a assistência ao paciente candidato à confecção de estoma deve ser planejada, sistematizada e individualizada. No pré e pós-operatório, é muito importante levar em consideração as alterações físicas e emocionais consequentes à cirurgia. 
 

Eu podia começar explicando de forma objetiva o significado da palavra ostomia, mas isso você pode encontrar em diversos sites, então vou começar contando como a empatia proporcionou o surgimento de uma profissão, do Estomaterapeuta.

 
A palavra estoma tem origem grega a partir do étimo stóma, que exprime a idéia de boca e tem como sinônimo estômato. Considera-se ostomia ou estoma, toda e qualquer abertura cirúrgica de uma víscera oca ao meio externo, direta ou indiretamente.
 
As ostomias intestinais são consideradas definitivas se o procedimento visa a substituir a função do ânus. A ressecção abdominoperineal leva à construção de uma ostomia definitiva, obrigatoriamente, em consequência da remoção do reto e do ânus. Estas geralmente são terminais, sendo o segmento colônico seccionado.

 A visão de que o ostomizado necessitava muito mais que uma boa e efetiva técnica cirúrgica para a sua reabilitação, como empatia, informações e instruções personalizadas, levou Rupert Turnbull a convidar uma de suas pacientes, Norma Gill para auxiliá-lo nessa atividade. Em 1958, Turnbull a contratou para atuar como “técnica em ostomia”, e assim nascia a estomaterapia, com Norma Gill sendo considerada a primeira estomaterapeuta, e Turbull o pai de estomaterapia. A estomaterapia é hoje uma especialidade estabelecida da enfermagem e o seu especialista é denominado estomaterapeuta.
O assunto é longo e cheio de informações para compartilhar e por isso criei essa coluna buscando o apoio de uma Enfermeira, a Alessandra Castro, que é ostomizada definitiva devido a complicações da doença de Crohn. Sua experiência pessoal somada à sua profissão, serão minhas fontes de inspiração para os textos sobre ostomia aqui no blog e tenho certeza que contribuirá imensamente para você que está buscando informação e apoio.
 
Vamos iniciar dividindo o assunto em etapas para que os textos não fiquem longos (eu sei, já está longo). O objetivo aqui com essa coluna é possibilitar a redução da tensão, da desinformação e estimular o autocuidado, facilitando a reabilitação no pós-operatório e a melhor aceitação da ostomia.

A divisão ficará assim:

  1. O preparo para a cirurgia
  2. A cirurgia
  3. A internação hospilar
  4. A recuperação
  5. Cuidados necessários no pós-operatório
  6. Ostomia provisória
  7. Ostomia definitiva

1. O preparo para a cirurgia

 
A fase pré-operatória das ostomias deve priorizar a avaliação do paciente nas esferas física e psicossocial, identificando o nível de autocuidado prévio e em vigência da doença. Nesta fase tanto o paciente como os seus familiares devem receber informações que lhes dêem subsídios para trabalhar a ansiedade e o medo do desconhecido e ativar os mecanismos de enfrentamento.

 
As variáveis que devem ser avaliadas no pré-operatório são:
  • O conhecimento do indivíduo sobre o seu diagnóstico e possibilidades de tratamento;
  • Os antecedentes familiares relacionados ao diagnóstico, buscando um perfil epidemiológico;
  • Os antecedentes alérgicos principalmente de pele, os hábitos de eliminação e respectivas alterações promovidas pela doença e tratamento;
  • As atividades de vida diária relacionadas ao autocuidado; as atividades sociais, de lazer e trabalho;
  • O estado emocional, identificando o impacto da doença e as expectativas quanto ao estoma, além de avaliar o nível de ansiedade e as estratégias de enfrentamento;
  • O padrão cultural e respectivas influências étnicas e religiosas, observando-se o nível de compreensão, o estado nutricional, as habilidades psicomotoras, as condições da parede abdominal e o aspecto da região perineal.

 

A presença da ostomia, como resultado da medida terapêutica utilizada, determina alterações profundas na pessoa, as quais se expressam por desajustes físicos, psicoemocionais e sociais que, se não forem trabalhados, irão influenciar na efetividade do processo de reabilitação.
 

A educação é de importância vital, particularmente em relação ao autocuidado com as ostomias.

 
Orientando corretamente sobre a técnica de troca da bolsa coletora, assim como sobre a observação do estoma durante a troca, a enfermeira vai ajudar a prevenir complicações e tornar a vida com a ostomia mais manejável. A determinação pré-operatória da posição do estoma possibilita a aderência e a permanência do dispositivo coletor por um período maior (3-6 dias), o que facilita a participação social e a redução de custos e, assim, contribuir para melhorar a qualidade de vida da pessoa ostomizada.
 

Durante o pré-operatório é muito importante que seja feita uma entrevista com o Estomaterapeuta, a presença de um familiar ou alguém próximo ao paciente é também importante.

 
 

Nessa entrevista são passadas muitas informações com um objetivo: autocuidado eficiente.

 

 

 

O exame físico do paciente que será submetido a uma cirurgia que envolve ostomia intestinal deve ser completo, a fim de buscar qualquer deficiência e/ou anormalidade que poderá afetar o cuidado do estoma.
 
As orientações devem esclarecer sobre o que é uma ostomia intestinal, para que serve, como se comporta, como cuidar, como será a vida diária e social, evidenciando os benefícios do tratamento.
 
Mostrar fotos de estomas intestinais com e sem bolsa coletora, permitir que o paciente e sua família manipulem os materiais que farão uso, permitir o contato direto e real com o assunto e uma prévia do que irá acontecer, prevenindo surpresas no pós-operatório imediato.



 

 
A orientação quanto aos cuidados de pré-operatório deve englobar ainda a dieta adequada de acordo com o protocolo do serviço, o preparo colônico que será realizado quando internado, o jejum na noite anterior à cirurgia e os cuidados gerais de pré-operatório.
 

Além disso, por meio da consulta de enfermagem no pré-operatório de ostomias intestinais, a enfermeira fornecerá as orientações em relação aos cuidados com a ostomia, como o cuidado com a pele periestomal e a troca da bolsa coletora, e ainda demarca o local onde será inserida a ostomia. Com essa sistematização, espera-se contribuir para a redução das complicações no pós-operatório e/ou permitir que os pacientes as identifiquem precocemente. Ademais, há o intuito de prestar uma assistência de enfermagem humana e singular, voltada para as necessidades dos pacientes e melhoria da sua qualidade de vida.

 
Fonte: 
 
A Importância da Consulta de Enfermagem em Pré-operatório de Ostomias Intestinais – www.inca.gov.br/rbc/n_53/v04/pdf/artigo5.pdf
 
Registros De Uma Crohnista, autora: Alessandra Vitoriano de Castro – http://desafogamentos.blogspot.com.br/p/livro.html
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