Pesquisa indica aumento de risco de osteoporose e osteopenia com uso de corticoide
Um estudo de mestrado conduzido pela nutricionista Maria Rita Lazzarini
Barreto, do Grupo de Coloproctologia da Unicamp, evidenciou que o emprego
de corticoide aumentou em seis vezes o risco de osteoporose e osteopenia
em pacientes com doença de Crohn.
O estudo, orientado pelo professor Claudio Coy e pela professora Daniela Magro, foi realizado no Ambulatório de Doenças Inflamatórias Intestinais Prof. Ricardo Góes do Gastrocentro da Unicamp, e avaliou 50 pacientes com doença de Crohn com relação à composição corporal e densitometria óssea.
“O estudo evidenciou que a ocorrência de osteopenia ou osteoporose na coluna vertebral foi de 30% e associou-se com atividade inflamatória, idade mais precoce de diagnóstico, gordura visceral (presente no interior do abdômen) e uso de corticoide, que aumentou em seis vezes a ocorrência de osteopenia/osteoporose”, relata o professor Claudio Coy.
Influência da doença
A massa óssea também pode, teoricamente, sofrer influência da própria DII devido à menor absorção de cálcio intestinal em pacientes com doença localizada no intestino delgado, ou da existência de estado inflamatório crônico.
“Apesar de esses efeitos serem possíveis, os estudos clínicos que buscaram fazer essa avaliação são escassos”, acentua o professor Luiz Ernesto de Almeida Troncon.
Os resultados de duas investigações específicas, embora feitas com número limitado de pacientes com doença de Crohn, não evidenciaram alteração importante da absorção intestinal de cálcio. Em apenas um estudo experimental em modelo animal da doença de Crohn foi evidenciada redução das proteínas transportadoras de cálcio no duodeno e no rim, assim como diminuição dos níveis séricos da vitamina D, concomitante ao aumento da reabsorção óssea nos ratos que expressavam elevados níveis do TNF-α.