Quando o diagnóstico de doença inflamatória intestinal é definido, é importante que o especialista cheque a caderneta de vacinação do paciente para saber se está imunizado antes de iniciar a imunossupressão, para não colocá-lo em risco.
Se houver surto de uma enfermidade e a vacina tiver o microrganismo vivo atenuado, cabe ao médico assistente avaliar os riscos e benefícios de interromper o tratamento para que o paciente seja imunizado. Sempre deve ser levado em consideração que o tempo entre a interrupção, a vacinação e o retorno ao tratamento é grande, com alto risco de reativação da doença inflamatória intestinal.
A Gastroenterologista Eloá Marussi Morsoletto acentua que, caso o diagnóstico da DII seja na fase ativa e grave da doença, deve ser iniciado imediatamente o tratamento medicamentoso e, em um período de remissão – com janela sem medicação imunossupressora – poderão ser aplicadas as vacinas pendentes.
“O paciente imunocomprometido deve tomar cuidado com pessoas do seu convívio diário que tenham tomado vacina de microrganismo vivo atenuado, pois podem transmitir a doença. Bebês que tomam a vacina contra rotavírus, por exemplo, eliminam o vírus pelas fezes, e as mães imunossuprimidas devem evitar o contato direto com suas secreções por cerca de duas semanas”, alerta a Gastroenterologista Eloá Marussi Morsoletto, sócia-fundadora do Grupo de Estudos de Doenças Inflamatórias Intestinais do Brasil (GEDIIB) e representante da ABCD em Curitiba.
O protocolo do Ministério da Saúde estabelece que o paciente que receberá medicamentos biológicos faça o teste tuberculínico (PPD) e os raios-X de tórax para excluir tuberculose latente, pois, com o início da imunossupressão, poderá ativá-la e desenvolver a doença. Caso o paciente não tenha caderneta de vacinação e não lembre se foi vacinado, é possível fazer dosagem de títulos de anticorpos de todas essas doenças para checagem de imunidade ou não.
Essa foi a parte 7 da série de textos sobre vacinas. O que você tem achado? Alguma dúvida? Continue acompanhando para não perder os próximos textos. Segue lá no Instagram: @farmaleachou
Fonte: Revista ABCD em FOCO Edição 61