O AM tem sido associado à redução do risco do desenvolvimento posterior de doenças inflamatórias intestinais, cardiovasculares, obesidade e diabetes tipo 2
O papel da microbiota adquirida na infância precoce foi reconhecido como primordial na determinação da resposta imune da mucosa e no desenvolvimento de tolerância, pela indução de respostas específicas das células T.
Revisões sistemáticas apontam o papel protetor do aleitamento materno (AM) contra o desenvolvimento de diarreia e enterocolite necrotizante no RN, doenças alérgicas e autoimunes na infância, incluindo doença celíaca, diabetes tipo I e dermatite atópica, havendo ainda controvérsias em relação a asma e rinite alérgica.
A microbiota induzida pelo AM tem sido responsabilizada pela expressão de genes envolvidos na digestão, função de barreira, angiogênese e aumento da secreção de imunoglobulina A secretória, contribuindo para a prevenção da enterocolite necrotizante. Mecanismos similares têm sido propostos para explicar os efeitos benéficos do AM na prevenção de infecções e doenças imunomediadas. O AM também tem sido associado à redução do risco do desenvolvimento posterior de doenças inflamatórias intestinais, cardiovasculares, obesidade e diabetes tipo 2.
Como efeitos clínicos de modificações epigenéticas associadas ao AM, têm sido descritos: diminuição da secreção de IL-8 pelas células intestinais com efeito protetor no desenvolvimento da enterite necrotizante; contrabalanço do risco aumentado de obesidade associada com polimorfismo de PPARgama2 em adolescentes; baixos níveis séricos de colesterol total e LDL-colesterol em adultos que receberam AM na infância.
Com relação à AF (alimentação por fórmula) a ocorrência de lesões moderadas na mucosa intestinal (via IL-8 e toll-like receptor 4) podem predispor ao desenvolvimento de enterocolite necrotizante.
Fonte: Chong-Neto HJ, Pastorino AC, Melo ACCDB, Medeiros D, Kuschnir FC, Alonso MLO, et al. A microbiota intestinal e sua interface com o sistema imunológico. Arq Asma Alerg Imunol. 2019;3(4):406-420
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