Blog Oficial Alemdii

Famílias podem sofrer mais que os pacientes com doenças crônicas

Compartilhe essa publicação

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on email

Resultados de pesquisa sugerem um maior esforço das políticas públicas e estratégias de auxílio aos familiares dos pacientes

Um estudo mostrou que o sofrimento com doenças crônicas pode afetar mais a família do que o próprio doente. Os resultados deixaram pesquisadoras da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP surpresas com o fato dos pacientes avaliados apresentarem melhores resultados quanto a questões sociodemográficas, espirituais e de qualidade de vida que seus familiares.
A pesquisa foi feita com 100 pacientes portadores de doenças crônicas, como câncer, derrame, diabete, deficiências auditivas e visuais e doenças do coração, que se encontravam em tratamento em um hospital geral e, também, com seus respectivos acompanhantes.
Responsável pelo estudo, a psicóloga Maria Augusta Silva Rosa conta que aplicou questionários aos pacientes e familiares para avaliar situações sociodemográficas, questões espirituais e qualidade de vida. Quando comparou as respostas, a pesquisadora se deparou com uma realidade contrária à que imaginava. Todos os escores diziam que a família estava sofrendo mais que o doente, com maior ênfase para os aspectos social, ambiental e de qualidade de vida.
O estudo observou ainda altos níveis de depressão e ansiedade nesses familiares, o que fortalece a hipótese de que, “nas circunstâncias de adoecimento crônico que ameaça a continuidade da vida, ambos, pacientes e familiares, são acometidos com sinais e sintomas depressivos e ansiosos”.
Maria Augusta relata que os sintomas apresentados pelos familiares surgem devido às mudanças e adaptações que a família faz para atender às necessidades do adoecido. “Para acompanhar o paciente, o familiar precisa deixar de realizar algumas atividades e a família necessita adaptar-se a condições do ambiente que dão mais conforto ao paciente, mas geram incômodo para os não doentes”, explica.

Espiritualidade e práticas de saúde

O estudo também comprovou a efetividade do cultivo à espiritualidade para amenizar o sofrimento de doentes crônicos. A psicóloga conta que, nas famílias em que a espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais são mais presentes, o sofrimento é encarado de forma mais positiva. Utilizam a fé como um recurso a mais para lidar com os problemas e adversidades das novas condições de vida. “A espiritualidade fortalece a formação de crenças e valores que estimulam práticas saudáveis perante essas doenças.”
Diante das dificuldades do tratamento, muitas vezes doloroso, invasivo e debilitante, comenta Maria Augusta, o paciente busca inspiração exterior e usa a espiritualidade como ferramenta para construir uma nova forma de viver e estimular práticas saudáveis, mesmo diante do adoecimento.

Cuidados com a família

Esses resultados chamam a atenção para o quanto a família também é afetada pelas doenças crônicas. A pesquisadora defende um maior esforço das políticas públicas e estratégias de auxílio a esses familiares. “Há uma preocupação com o estabelecimento de parâmetros mais amplos de avaliação de saúde que não se limitem apenas à morbimortalidade.”
A realidade do sofrimento familiar sugere que sejam pensadas políticas públicas e estratégias de intervenções que considerem também a família e não só o paciente de doença crônica com ameaça à continuidade da vida. E essas intervenções, garante Maria Augusta, atendem a recomendações da própria Organização Mundial da Saúde (OMS) que incluem a dimensão espiritualidade.
Esses resultados são parte da dissertação de mestrado Espiritualidade relacionada à qualidade de vida, funcionamento familiar e saúde mental em pessoas com doenças crônicas ameaçadoras à continuidade da vida e seus familiares: estudo exploratório, apresentada por Maria Augusta à EERP em setembro de 2016, com orientação da professora Patricia Leila dos Santos.
Stella Arengheri, de Ribeirão Preto
Mais informações: e-mail psicorosa8@gmail.com, com Maria Augusta Silva Rosa
Fonte: Jornal da USP

Visite aqui a página no Facebook e o Instagram Farmale!
Não esqueça de curtir a página para saber de todas as atualizações do blog!
Compartilhe essa informação com alguém que possa estar precisando dela!
O Farmale é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde, nutrição e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.
Tradução »

Doe sua história

Cadastre-se

E fique por dentro de nossas novidades!

[sibwp_form id=2]

Nós siga nas redes sociais e curta a página.

Área do usuário

Não possui uma conta?
Clique em registrar para se cadastrar.