Pacientes são afetados por falta de medicamentos para doenças raras e crônicas na Riofarmes
Medicamentos para doenças raras que custam mais de R$ 1 mil e que deveriam ser oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde estão em falta nos estoques da unidade há meses.
Medicamentos de alto custo para doenças raras e crônicas disponibilizados pela Riofarmes, a farmácia estadual de medicamentos especiais, estão em falta nos estoques da unidade. Pacientes que dependem das medicações têm aguardado meses para conseguir acesso às doses.
Pelo menos três medicamentos estão em falta na Riofarmes: o Entecavir, que trata da hepatite B, e que custa mais de R$ 1 mil a caixa; o Hydrea, no tratamento de anemia, e que custa mais de R$ 250; e o penicilamina, para o tratamento da doença de Wilson, que custa cerca de R$ 500.
Na busca pelos remédios, pacientes passam horas na porta da farmácia, na Cidade Nova, no Centro do Rio, mas não conseguem acesso às caixas. Marco Vinícius, de 25 anos, é portador da doença de Wilson e precisa do medicamento penicilamina, que está em falta há mais de um mês. A família pede doações para conseguir o remédio e manter o quadro de saúde do jovem, que já melhorou, para que não volte a piorar. “Hoje, nós vivemos de doações. Quando os remédios de outros pacientes sobram, eles doam para o meu irmão”, informa o familiar de Marco.
A mesma situação se repete com a paciente Mirian Marques, que tem anemia falciforme e precisa do remédio Hydrea para viver. Ela diz que o medicamento está em falta na Riofarmes há mais de 2 meses e que precisa comprar o remédio, que deveria ser distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.
“Toda semana eu ligo, ligo e ligo, e eles dizem que não tem previsão de quando o remédio vai estar disponível. É angustiante”, lamenta Mirian.
Em nota, a Superintendência de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos da Secretaria Estadual de Saúde informou que o Ministério da Saúde autorizou a substituição do remédio Entecavir por outros, como o Tenofovir ou pela Lamivudina, até que seja concluída a compra da medicação. Ainda segundo a nota, estes medicamentos já estão disponíveis nos polos de distribuição e, para a retirada, basta que o médico faça a alteração do remédio no laudo de solicitação.
Já sobre a falta do medicamento Hidroxiureia (Hydrea), a secretaria informou que ele estará disponível nos polos de dispensação a partir de quarta-feira (26), e que a compra do Penicilamina está em processo de licitação.
Fonte: G1