Os estomas intestinais temporários e permanentes resultam em mudanças na vida do usuário, tais como na função gastrointestinal, bem como fatores psicossociais, incluindo alterações na imagem corporal e na autoestima. Além de mudanças profundas decorrentes da estomia, a pessoa também deve lidar com o impacto físico e psicossocial.
As repercussões advindas do diagnóstico da doença e a constituição de uma estomia geralmente são, em sua maioria, vivenciadas de forma negativa, pois é um momento de intenso sofrimento.
“O universo vivido pela pessoa com colostomia depende de variáveis internas, mas também de uma rede de suporte sustentada na família, amigos, grupos de apoio social, profissionais de saúde e outros”
Viver com a estomia requer certos ajustes. Nas primeiras semanas após a cirurgia, talvez você se sinta confuso, com raiva, triste ou frustrado. Esses são sentimentos normais após a cirurgia e devem diminuir à medida que se adapta à vida com um estoma.
Aqui estão algumas diretrizes que podem ajudá-lo a lidar com sentimentos difíceis:
- Seja paciente: Não seja muito duro consigo. Alguns dias serão melhores que outros. Você voltará a se sentir o mesmo com o tempo.
- Continue falando: Mantenha uma comunicação aberta com as pessoas que ama e com sua enfermeira estomaterapeuta. Talvez falar sobre seus sentimentos faça com que sinta melhor.
- Mantenha-se ativo e em boa companhia: Com a autorização do médico, adquira um novo hobby ou faça uma atividade.
- Expresse-se de forma criativa: Algumas pessoas acham que escrever, pintar, desenhar ou fazer algum tipo de trabalho manual pode ser revigorante, é uma forma de manter a mente ocupada.
- Fique de olho na depressão: Embora seja normal se sentir triste ou “para baixo” durante uma ou duas semanas após a cirurgia, esses sentimentos devem desaparecer no decorrer do processo de reabilitação. Se esses sentimentos piorarem ou você apresentar alguns dos sintomas a seguir, converse imediatamente com o médico ou com a enfermeira estomaterapeuta. Quanto mais rápido você buscar ajuda, mais rápido se sentirá melhor.
Outras ideias para “se sentir melhor” durante a recuperação:
- Torne-se um estomizado preparado: Quanto mais você souber, mais fácil será tomar decisões importantes sobre sua saúde. Sua enfermeira estomaterapeuta é seu primeiro recurso. Você também poderá encontrar informações úteis nas associações e grupos de apoio à estomia.
- Converse com outras pessoas que passaram por uma estomia e com as pessoas que convivem com elas: Outras pessoas que convivem satisfatoriamente bem com o estoma podem ajudá-lo a entender que não está sozinho em suareabilitação. Também podem oferecer dicas úteis ou opinião sobre o que esperar, enquanto a vida com o estoma volta a ser normal para você.
- Considere participar de um grupo de apoio local ou on-line Sua enfermeira estomaterapeuta poderá dar sugestões e colocá-lo em contato com outras pessoas.
Resiliência:
Resiliência é a capacidade de todo ser humano de adaptar-se à situação adversa, recorrendo a recursos internos e externos (ambiente social e afetivo). Pode ser compreendida como a manutenção de um processo normal de desenvolvimento apesar das condições difíceis, sendo algo sistemático, dinâmico e complexo, resultando da interação entre o indivíduo e o ambiente e capaz de atribuir significado a experiências inicialmente sem sentido, de forma a elaborá-las e, assim, superá-las.
A Sociedade Brasileira de Resiliência (SOBRARE) define resiliência, no ser humano, como a competência desenvolvida a partir de crenças e valores básicos que estruturam o comportamento para a superação. Os resilientes enfrentam situações adversas com habilidade de enxergar, compreender e tomar decisões apropriadas com o objetivo de superar e vencer obstáculos nas diferentes áreas da vida.
Para que a pessoa seja considerada resiliente é necessário uma combinação de fatores de risco e de proteção. Ela pode ser desenvolvida ao longo da existência, quando o indivíduo apropria-se de sua realidade e a transforma.
A maneira como uma pessoa é transformada fisicamente e como passa a lidar com a situação dependerá do contexto no qual aconteceu, quais são os ambientes que ela frequenta, sua rede de apoio, seu momento no desenvolvimento, suas experiências, seus processos psicológicos e características individuais.
Queria ter compartilhado esse texto ontem, dia 16 de novembro, pois é o Dia Nacional do Ostomizado, mas estou correndo muito aqui para participar do I Congresso da ALEMDII, irei como palestrante. O sentimento é alegria! Também estou organizando o III Encontro Farmale, que terá a a ostomia e as doenças inflamatórias intestinais como tema e será dia 26 de novembro! Muito amor envolvido! ?
Procurei por textos que tivessem a resilência como foco, pois acredito que isso é muito diferente de aceitação. Entendo aceitação como uma forma de se conformar com alguma situação, e não acho que assim deve ser encarada essa nova oportunidade de viver. Foi uma luta grande até que a pessoa chegasse à ostomia, tenho certeza que sim. Muito sofrimento, a incerteza da vida… Então vem a cirurgia com uma nova vida, ainda de luta, mas com a esperança de dias melhores, de paz. A adaptação não é fácil, mas um dia de cada vez vai sendo vivido, o aprendizado vai fortalecendo e então não vem a aceitação, você não precisa se conformar, aceitar. Você precisa viver da melhor maneira possível, pois você lutou pela sua vida e a oportunidade foi dada com a ostomia.
Houveram lutas, dores, dificuldades e muita transformação interna e externa, aqui vejo a formação de uma pessoa resiliente, porque aqueles que são “resilientes enfrentam situações adversas com habilidade de enxergar, compreender e tomar decisões apropriadas com o objetivo de superar e vencer obstáculos nas diferentes áreas da vida.” A ideia então não é se acomodar, aceitar e sim tornar-se resiliente, não desistir da vida.
Aqueles que ainda não são resilientes, que ainda estão se adaptando a ostomia, saibam que tudo será no seu tempo, mas que as vezes precisamos buscar ajuda, precisamos falar sobre nossos sentimentos. Amigos, familiares, outras pessoas ostomizadas, Psicólogo ou outro profissional de saúde, podem ajudar muito nessa etapa. Espero que as dicas que compartilhei aqui sejam úteis para organizar o pensamento.
Aqueles que ainda não são resilientes, que ainda estão se adaptando a ostomia, saibam que tudo será no seu tempo, mas que as vezes precisamos buscar ajuda, precisamos falar sobre nossos sentimentos. Amigos, familiares, outras pessoas ostomizadas, Psicólogo ou outro profissional de saúde, podem ajudar muito nessa etapa. Espero que as dicas que compartilhei aqui sejam úteis para organizar o pensamento.
Para ler mais textos sobre ostomias aqui no blog: https://farmale.com.br/search/label/Ostomia
Fontes:
Fontes:
- A resiliência do estomizado por câncer colorretal
- Depois da colostomia… vivências daspessoas portadoras
- ConvaTec – Entendendo seus sentimentos após acirurgia
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