Pacientes de Doença Inflamatória Intestinal de todo o Brasil se reuniram no I Fórum de Pacientes com Doença Inflamatória Intestinal (FOPADII)
O evento foi realizado no Senado Federal, em Brasília, na última quarta-feira, dia 20. O evento também contou com a presença de alguns representantes, de médicos interessados e de especialistas.
O fórum abordou o crescimento da prevalência e incidência das DII no Brasil, as dificuldades do acesso ao diagnóstico e tratamento, além das consequências de quando não há o tratamento adequado. Foi ressaltada a necessidade de treinamento das equipes básicas de saúde para um diagnóstico mais precoce, bem como o referenciamento precoce para equipes especializadas a fim de não se perder a chamada “janela de oportunidade de tratamento” que evita danos estruturais incapacitantes.
A incapacidade, inclusive, foi o tema de encerramento do evento, com a apresentação de dados únicos no Brasil sobre a distribuição regional dos afastamentos do trabalho/aposentadorias por invalidez, além de dados alarmantes sobre esses custos e o tempo médio de afastamento laboral das DII no Brasil pela Dra. Renata Froes, da AGRJ/Gediib.
A boa notícia veio da representante da CONITEC, Vânia Cristina Canuto Santos, que firmou o compromisso da revisão do PCDT de 2002, de RCUI, ainda em 2019, o qual ela confirmou ser o mais antigo do Ministerio da Saúde sem revisão. A mesma ainda revelou que esta sendo analisada a possibilidade da incorporação do biológico antiintegrina pelo SUS que já recebeu a conformidade técnica e depende de negociação de valores para a incorporação para a Doença de Crohn.
Foi cobrado do governo a criação de câmaras técnicas para dispensação de medicações no SES e dos parlamentares, que por lá discursaram, a aprovação de leis que isentem, por exemplo, a carência e o imposto de renda. Os pacientes se queixaram ainda da maior dificuldade na obtenção das medicações do SUS desde a implantação do sistema Horus e que o grau de exigência das documentações não condiz com a atual oferta de saúde limitando o acesso ao tratamento.
O evento também contou com palestra que ressaltou que as mídias digitais ajudam na divulgação de informações úteis mas que as fontes de informações técnicas mais seguras estão nos médicos especialistas e equipes de saúde multidisciplinares, desencorajando os pacientes a procurarem tratamentos só com base nas informações da internet.
A idealizadora deste marcante evento, Dra. Marta Brenner Machado, presidente da ABCD, apresentou dados da jornada dos pacientes, fruto de pesquisa de campos sociais, econômicos, culturais e de saúde dos pacientes com DII e encerrou com a expectativa desse ter sido somente o primeiro de muitos encontros nesse formato.
Fonte: AGRJ