“Sou um milagre de Deus!” Olá, companheiros de luta
Quando tudo está transcorrendo bem na sua vida, trabalho, faculdade, amizades, família e presença de Deus, muitas vezes não olhamos verdadeiramente para a vida e não a damos o devido valor. Bom… dia 1° de outubro de 2008, cursando o penúltimo semestre de Pedagogia, no Centro Universitário São Camilo, comecei a sentir dores muito forte e ausência de apetite, o que me fez ficar o dia inteiro sem ingerir nada. Retornei de noite para casa, retorcendo de dor (algo que nunca senti na vida), fui dormir e no dia seguinte, tive que me ausentar do trabalho e faculdade. Em minha inocência achei que estava com virose, pois estava com diarréia, falta de apetite e dores abdominais. Sendo assim, fui para o AMA mais próximo e o médico prescreveu Floratil por cinco dias, o que intensificou os sintomas. Retornei com o mesmo doutor, que me encaminhou para o Hospital às pressas, pois suspeitava de algo. No Hospital de Pirituba, realizei alguns exames e a médica receitou um antibiótico e outro medicamento à base de Buscopan… Gente do céu! Pensa no aumento das dores! Eu queria morrer, pois não conseguia nem dormir de tanto que o intestino doía, além do mais, comecei a evacuar 16 a 18 vezes por dia, com muito sangue, ter febre altíssima e vomitar o que conseguia ingerir (o que não era muito). Minha mãe me levou às pressas para o mesmo hospital, no qual cheguei a quase ter uma parada cardíaca, por falta de potássio.
Fiquei em observação por uns três dias, até ser transferida para um quarto, no qual realizava exames e mais exames, ingeria remédios e mais remédios, até que comecei a inchar, inchar e inchar, não conseguindo dar um passo sem apoio ou mesmo ver meus pés.
Um dos enfermeiros comentou que eu estava com suspeita de embolia pulmonar e que precisava ser transferida para a UTI. Não me recordo em que momento fui levada para lá, pois perdi a consciência por algumas horas e ao acordar, estava toda entubada, ligada nos aparelhos e com duas bolsas (uma de soro com antibióticos e outra com sangue), além de sonda para as necessidades biológicas. Nunca sofri tanto como neste período, pois vi 4 pessoas morrerem na UTI e tinha pavor de fechar os olhos e não abrir mais. As dores eram dilacerantes, a hemorragia intestinal já se prolongara por duas semanas e perdia peso (não tinha muito pra perder, já que o máximo que tive e foi nessa época, eram 53 kg). O período que passei nesta ala do hospital foram num total de 11 dias, entre um retorno para o quarto, logo após os 6 primeiros dias.
Após um mês e tendo tomado 9 medicações distintas, recebido 3 bolsas de sangue, fui levada para o Hospital das Clínicas de São Paulo para uma análise da equipe do dr Aithan Sipahi e com esperanças de logo ser liberada e voltar pra casa com um laudo e medicamentos necessários. Mas, que nada…O Dr Flávio Feitosa (que se tornou amigo), solicitou toda a papelada e relatórios médicos, olhou um por um, conservou com a equipe e, olhando pra mim, disse que faria a transferência imediatamente e sem previsão de alta. Chorei como uma criança!
Resumindo: realizei todos exames possíveis, fiquei com sonda pra alimentação por 15 dias, perdi num total de quase 12kg, pesando 41,8kg. Após ter sido revirada de ponta cabeça e feito exames nunca imaginado, fui diagnosticada com Doença de Crohn. Nunca tinha ouvido falar nisso…Tive alta após dois meses de internação, voltando ao HC em uma semana para a segunda infusão de Infliximabe, com o qual tive que tomar até julho de 2011. Saindo do Hospital, após dois meses, perdi 3/4 do cabelo, tendo vergonha de sair na rua, finalizar os estágios e realizar os dois semestres da faculdade de uma só vez, além do TCC.
Enfim, ter e lutar com o Crohn é uma batalha diária, mas isso não me impediu de forma alguma de concretizar alguns sonhos. Terminei o curso de Pedagogia, com louvor; passei em três concursos públicos da rede estadual e municipal da cidade de São Paulo; cursei Pós graduação na PUC-SP e outra na Federal de Juiz de Fora; viajei para países da América e Europa; já doei duas vezes parte do cabelo para o Hospital do Câncer, enfim, procuro viver da melhor forma possível, me atentando aos alimentos que como, ao tratamento e exames no Hospital das Clínicas e, o principal, entregando minha vida nas Mãos de Deus, pois sem Ele e Sua Presença na minha vida, hoje não estaria contando minha história.
Assim como muitos depoimentos me ajudam a viver e lutar contra o Crohn, espero que a minha também os ajude.
PS: escrevendo esta história de superação algumas horas antes de completar mais um ano de vida (24/12), bem coladinha ao aniversário do Menino Jesus. Sou Um Milagre de Deus.
Quando tudo está transcorrendo bem na sua vida, trabalho, faculdade, amizades, família e presença de Deus, muitas vezes não olhamos verdadeiramente para a vida e não a damos o devido valor. Bom… dia 1° de outubro de 2008, cursando o penúltimo semestre de Pedagogia, no Centro Universitário São Camilo, comecei a sentir dores muito forte e ausência de apetite, o que me fez ficar o dia inteiro sem ingerir nada. Retornei de noite para casa, retorcendo de dor (algo que nunca senti na vida), fui dormir e no dia seguinte, tive que me ausentar do trabalho e faculdade. Em minha inocência achei que estava com virose, pois estava com diarréia, falta de apetite e dores abdominais. Sendo assim, fui para o AMA mais próximo e o médico prescreveu Floratil por cinco dias, o que intensificou os sintomas. Retornei com o mesmo doutor, que me encaminhou para o Hospital às pressas, pois suspeitava de algo. No Hospital de Pirituba, realizei alguns exames e a médica receitou um antibiótico e outro medicamento à base de Buscopan… Gente do céu! Pensa no aumento das dores! Eu queria morrer, pois não conseguia nem dormir de tanto que o intestino doía, além do mais, comecei a evacuar 16 a 18 vezes por dia, com muito sangue, ter febre altíssima e vomitar o que conseguia ingerir (o que não era muito). Minha mãe me levou às pressas para o mesmo hospital, no qual cheguei a quase ter uma parada cardíaca, por falta de potássio.
Fiquei em observação por uns três dias, até ser transferida para um quarto, no qual realizava exames e mais exames, ingeria remédios e mais remédios, até que comecei a inchar, inchar e inchar, não conseguindo dar um passo sem apoio ou mesmo ver meus pés.
Um dos enfermeiros comentou que eu estava com suspeita de embolia pulmonar e que precisava ser transferida para a UTI. Não me recordo em que momento fui levada para lá, pois perdi a consciência por algumas horas e ao acordar, estava toda entubada, ligada nos aparelhos e com duas bolsas (uma de soro com antibióticos e outra com sangue), além de sonda para as necessidades biológicas. Nunca sofri tanto como neste período, pois vi 4 pessoas morrerem na UTI e tinha pavor de fechar os olhos e não abrir mais. As dores eram dilacerantes, a hemorragia intestinal já se prolongara por duas semanas e perdia peso (não tinha muito pra perder, já que o máximo que tive e foi nessa época, eram 53 kg). O período que passei nesta ala do hospital foram num total de 11 dias, entre um retorno para o quarto, logo após os 6 primeiros dias.
Após um mês e tendo tomado 9 medicações distintas, recebido 3 bolsas de sangue, fui levada para o Hospital das Clínicas de São Paulo para uma análise da equipe do dr Aithan Sipahi e com esperanças de logo ser liberada e voltar pra casa com um laudo e medicamentos necessários. Mas, que nada…O Dr Flávio Feitosa (que se tornou amigo), solicitou toda a papelada e relatórios médicos, olhou um por um, conservou com a equipe e, olhando pra mim, disse que faria a transferência imediatamente e sem previsão de alta. Chorei como uma criança!
Resumindo: realizei todos exames possíveis, fiquei com sonda pra alimentação por 15 dias, perdi num total de quase 12kg, pesando 41,8kg. Após ter sido revirada de ponta cabeça e feito exames nunca imaginado, fui diagnosticada com Doença de Crohn. Nunca tinha ouvido falar nisso…Tive alta após dois meses de internação, voltando ao HC em uma semana para a segunda infusão de Infliximabe, com o qual tive que tomar até julho de 2011. Saindo do Hospital, após dois meses, perdi 3/4 do cabelo, tendo vergonha de sair na rua, finalizar os estágios e realizar os dois semestres da faculdade de uma só vez, além do TCC.
Enfim, ter e lutar com o Crohn é uma batalha diária, mas isso não me impediu de forma alguma de concretizar alguns sonhos. Terminei o curso de Pedagogia, com louvor; passei em três concursos públicos da rede estadual e municipal da cidade de São Paulo; cursei Pós graduação na PUC-SP e outra na Federal de Juiz de Fora; viajei para países da América e Europa; já doei duas vezes parte do cabelo para o Hospital do Câncer, enfim, procuro viver da melhor forma possível, me atentando aos alimentos que como, ao tratamento e exames no Hospital das Clínicas e, o principal, entregando minha vida nas Mãos de Deus, pois sem Ele e Sua Presença na minha vida, hoje não estaria contando minha história.
Assim como muitos depoimentos me ajudam a viver e lutar contra o Crohn, espero que a minha também os ajude.
PS: escrevendo esta história de superação algumas horas antes de completar mais um ano de vida (24/12), bem coladinha ao aniversário do Menino Jesus. Sou Um Milagre de Deus.
Meu nome é Késia, moro em São Paulo/SP, tenho 32 anos sou Professora, tenho Doença de Crohn, meu perfil no Instagram: @kesia.sp, no Facebook: Kesia.
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