Estado diz que há atraso na entrega por parte da União e de fornecedores
Pelo menos três medicamentos estão em falta no programa Farmácia de Todos, do governo estadual. Um deles é o tacrolimo, muito utilizado por transplantados para evitar a rejeição de órgãos. Uma caixa do medicamento chega a custar R$ 1.000 no mercado. A lista inclui a azatioprina, necessário para o enfrentamento de doenças autoimunes, e a cabergolina, indicado, por exemplo, para o tratamento de nódulos. O problema estaria na entrega dos remédios por parte do Ministério da Saúde e de fornecedores, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
O vereador de Rio Piracicaba, no Vale do Aço, Valdeci Silva, 54, passou por um transplante de fígado em 2015 e precisa tomar o tacrolimo seis vezes ao dia. Ele ainda tem comprimidos suficientes para os próximos dias, mas teme que o medicamento não seja reposto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Muitas pessoas podem estar em uma situação pior que a minha. Quando eu ligo e pergunto, eles falam que não têm previsão e não explicam o porquê. É um medicamento caro, fico com medo”, afirma.
O tacrolimo deve ser tomado todos os dias, durante toda a vida, e é indicado para quem passou por transplante de rim, coração, pulmão, pâncreas e fígado, segundo o coordenador do setor de transplante de fígado do Hospital Felício Rocho, Antônio Márcio de Faria Andrade. Há cerca de dez dias, pacientes têm relatado a falta do medicamento, diz ele.
“É o remédio mais importante para evitar a rejeição, sem ele os pacientes correm o risco de perder o órgão doado e morrer. Eles não podem ficar sem tomar nem uma dose”, explica. “É um remédio caro que compromete muito a renda, e a maioria das pessoas não tem condição de pagar. Elas dependem desse remédio”, disse.
Desabastecidos
A dona de casa Roseane Conceição da Silva, 38, precisa tomar toda semana o cabergolina para o tratamento de um nódulo. “Tomo esse remédio há quatro anos, e é a primeira vez que não encontro. Não tenho mais em casa e vou ter que dar um jeito de comprar, porque não tem nem previsão de chegar”, conta. Segundo ela, a caixa do medicamento custa cerca de R$ 300. “Acho um absurdo, tanta corrupção, e a gente que sofre”, lamenta.
Já a azatioprina estaria em falta há cerca de três meses. “Fiquei um tempo sem tomar, e agora estou comprando, mas custa R$ 100 cada caixa. É muito pesado”, disse um paciente de 60 anos que tem doença de Crohn. Ele pediu para não ser identificado.
Ministério diz que vai enviar nova remessa
O Ministério da Saúde informou que encaminhou 643 mil comprimidos de tacrolimo para a assistência em Minas Gerais do primeiro trimestre de 2019 e que, até o fim de janeiro, vai enviar o restante solicitado pelo Estado, o que totalizará 967,2 mil comprimidos. Sobre a cabergolina, a pasta afirmou que está em andamento um pregão para a aquisição do medicamento, com previsão de envio ao Estado até o próximo dia 15.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que, em relação ao tacrolimo, a entrega está atrasada. “Tão logo o item seja entregue, será autorizada sua distribuição a todas as regionais”, declarou o órgão.
Já com relação à azatioprina, a secretaria alega que há atraso na entrega por parte do fornecedor, “que não apresentou justificativa fundamentada”. A SES informou que está realizando as tratativas para o caso.
Fonte: O Tempo
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