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Gravidez na Doença Inflamatória Intestinal

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Gravidez na Doença Inflamatória Intestinal pode correr bem se a doença for controlada


A gravidez é uma das questões que é levantada no caso de pessoas com doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e retocolite ulcerativa), mas, segundo a Dra Joana Torres, tudo pode correr bem se a doença for controlada
Em entrevista à Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia (SPG), na Reunião Monotemática SPG 2017, Dra Joana Torres, Gastrenterologista no Hospital Beatriz Ângelo falou sobre a sexualidade, fertilidade e gravidez na Doença Inflamatória Intestinal (DII). Segundo a médica, a DII é tipicamente diagnosticada durante a adolescência e início da vida adulta, sendo um período em que os pacientes estão desenvolvendo a noção de sexualidade, de relações íntimas, iniciando assim a questão da fertilidade, planeamento familiar, entre outros. “É uma doença que pode ter um grande impacto na esfera da qualidade de vida dos pacientes e nós gastroenterologistas nem sempre estamos muito treinados para determinados aspéctos, especialmente para a sexualidade, mas temos de ter a noção que somos o único médico que por vezes vê o doente e temos de tentar criar um espaço de diálogo, sobretudo nos pacientes adolescentes que por vezes é difícil para eles falarem sobre estes assuntos. Para tentar ajudar, orientar e referenciar o paciente a quem os pode ajudar”, explicou Dra Joana Torres.
Falta de informação sobre fertilidade e gravidez
As questões da fertilidade e da gravidez nos pacientes de DII são para a médica muito importantes, porém os pacientes continuam mal informados de uma maneira geral, pois na Internet com frequência as informações são contraditórias. “Os nossos colegas obstetras também, muitas vezes, não conhecem as particularidades da DII, especialmente no diz respeito ao manuseamento dos medicamentos durante a gravidez. Portanto, mais uma vez temos de ter uma atitude pró-ativa e indo regularmente discutindo estas questões com os pacientes, tentar perceber quando é que elas estão pensando em engravidar e orientá-las e instruí-las a falarem conosco quando tiverem planos para iniciar uma gravidez, porque há medicamentos que podemos ter de interromper como é o caso do metotrexato”, disse a Gastrenterologista. Entretanto, na maior parte dos casos a gravidez em pacientes com DII “corre bem, desde que a doença esteja controlada”. Ou seja, deve partir dos médicos, mais uma vez, ter uma atitude pró-ativa em tentar controlar e alcançar a remissão, antes de a gravidez acontecer, aumentando a probabilidade de tudo correr bem nesta altura da vida que segundo a especialista, se é “uma altura de grande ansiedade para uma mulher, normalmente, o que dirá para uma mulher com uma DII”.
 Tratamentos e fármacos
No que diz respeito aos medicamentos, que são de extrema importância ao longo da gravidez e da amamentação, a maioria dos medicamentos utilizados “são medicamentos seguros, com algumas execões”.  “É claro que no que diz respeito a medicamentos biológicos, que são medicamentos que utilizamos há relativamente pouco tempo, ainda estão reunindo muita informação sobre segurança, parecem seguros, mas é uma informação que devemos partilhar com os pacientes. De forma atualizada explicar-lhes a evidência que há disponível no momento em que elas estão grávidas e tomar uma decisão partilhada com a paciente, ou seja, sobre a vontade que ela tem de continuar ou não, desde que a paciente esteja em remissão”, disse a Dra Joana Torres. De uma forma geral, em mulheres que têm a doença controlada corre tudo bem, de qualquer forma é importante manter um diálogo constante entre o Gastrenterologista, o Obstetra que assiste a paciente e depois também com o Pediatra que vai assistir o bebê, porque há vacinas que podem estar contraindicadas na fase inicial de vida da criança.
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