Saiba como se prevenir contra a doença e as formas de tratamento mais eficazes
“Apesar de parecer um sintoma comum a outras doenças consideradas mais brandas, a tosse persistente, que continua por mais de 15 dias, é um sinal claro de que o paciente pode estar infectado, principalmente se ela vier acompanhada de sangue. Quem apresenta esse sintoma, além de outros como febre, dor no tórax, emagrecimento, fraqueza e cansaço excessivo, deve procurar ajuda médica especializada o quanto antes”, afirma Alex Sander Ribeiro, Coordenador do Complexo de Emergências do CHN (Complexo Hospitalar de Niterói). A contaminação acontece quando uma pessoa saudável aspira os bacilos vindos da tosse de uma pessoa infectada – que podem permanecer no ambiente por até 8 horas.
O diagnóstico da doença é feito pelo teste de escarro e confirmado através de testes de imagem de radiografia do tórax e tomografia computadorizada. Mas é necessária atenção ao tratamento correto da doença, o que, muitas vezes, acaba sendo um obstáculo para o paciente. Em 2016, a taxa de abandono do tratamento da tuberculose foi de 11,4%, sendo que o índice tolerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 5%, menos da metade do número observado no Rio de Janeiro.
Para que a eficácia seja grande na cura da doença, o tratamento da tuberculose deve ser feito por, no mínimo, seis meses, sem que haja qualquer interrupção. Depois de duas semanas usando a medicação indicada pelo médico, os pacientes deixam de ser transmissores da doença, mas, para evitar que ela volte de uma forma mais resistente, é essencial que o período de tratamento estabelecido seja respeitado.
“Para garantir a prevenção, é muito importante que as crianças tomem a vacina BCG em dose única no primeiro ano de vida ou, no máximo, até os quatro anos”, declara.
Atenção de soropositivos sobre a doença deve ser redobrada
Uma parcela da população que é particularmente suscetível aos avanços da tuberculose são as pessoas HIV+, devido à baixa imunidade causada pela imunodeficiência. Inclusive, grande parte dos soropositivos tem a tuberculose como primeiro indício da presença do vírus HIV no sangue, quando as defesas do organismo já começam a ficar comprometidas e a infecção pela bactéria torna-se mais fácil. Segundo a OMS, soropositivos têm de 26 a 31 vezes mais chances de contrair a tuberculose em comparação às pessoas HIV-.
“Como o sistema imunológico desses pacientes não consegue se proteger contra a ação da bactéria da tuberculose, o tratamento nesses casos costuma ser mais desafiador e alguns soropositivos acabam abandonando o tratamento ou falecendo em decorrência da doença. Por isso, pessoas HIV+ são um dos principais alvos das campanhas de prevenção da tuberculose”, explica Alex.
Quem apresenta quadros de diabetes, insuficiência renal crônica e desnutrição ou que estejam em tratamento para combater o câncer, artrite reumatoide, psoríase e doença de Crohn também fica mais exposto à contaminação da bactéria. Por ser uma doença contagiosa, é indicado que as pessoas que tenham contato com pacientes infectados façam o exame para diagnóstico da tuberculose e mantenham os ambientes em que o paciente fica sempre muito ventilados e limpos.