Você sabia que esses remédios também podem causar dependência? Estudos recentes mostram que quem começa a tomar os IBP tem dificuldade para suspendê-los.
Automedicação e intoxicação medicamentosa são problemas que preocupam autoridades de saúde no Brasil e que têm destacado a importância do farmacêutico, profissional que trabalha pelo uso racional dessas substâncias.
Especialmente em portadores de doenças crônicas, que necessitam utilizar muitos medicamentos diariamente, a correta terapia, respeitando os horários e forma de administração da terapia, a avaliação constante sobre os efeitos e resultados obtidos, resultam em maior aderência ao tratamento e em mais qualidade de vida para esses pacientes.
O uso dos IBP é uma maneira de as pessoas controlarem os sintomas incômodos, sem fazer mudanças difíceis no estilo de vida, como perder peso ou cortar os alimentos que causam a azia e o refluxo.
Caracterizado pelo retorno de líquidos gástricos, bebidas e comidas do estômago para o esôfago, o refluxo gastroesofágico causa sensações como estômago cheio, náusea, queimação e dor torácica. A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) chama a atenção para maneiras de melhorar a alimentação e escapar do refluxo.
Segundo o endoscopista membro da SOBED, Gustavo Andrade de Paulo, no momento da alimentação, a comida passa da boca para o estômago através do esôfago. Entre eles, existe uma espécie de “válvula” que os separa, evitando que o alimento volte para o esôfago. “Quando o esfíncter esofágico não fecha corretamente, o problema acontece, podendo levar alimentos e líquidos e sucos gástricos a voltarem para o esôfago, gerando o refluxo”.
Pessoas de todas as idades podem ter refluxo. Por meio do exame de endoscopia, é possível detectar a esofagite, consequência do refluxo. Fazer uma pHmetria e esofagomanometria, pode ser necessário em apresentações atípicas da doença.
Comum nos casos de refluxo, o alerta fica por conta do risco da automedicação. “O uso de remédios por conta própria, como os antiácidos, não garante a eficiência, além de acarretar em outros efeitos colaterais ao paciente. Portanto, é aconselhável o acompanhamento de um médico”, completa o especialista.
Confira abaixo 7 maneiras para evitar do refluxo, segundo o endoscopista da SOBED:
- Procure comer mais vezes ao dia –O ideal é se alimentar de quatro a cinco vezes por dia, a cada três horas e em pequenas porções. Comer demais pode piorar o refluxo.
- Não durma após as refeições – É comum o refluxo em pessoas que costumam dormir logo após almoço ou jantar. O fato ocorre devido à ausência de gravidade, que facilita o encaminhamento do conteúdo gástrico para o esôfago quando a pessoa está deitada.
- Diminua a quantidade de café, chocolate e cigarro – As substâncias presentes no cigarro e em bebidas como o café, relaxam o esfíncter esofágico inferior, possibilitando a volta dos alimentos.
- Evite bebidas gasosas – Os gases ficam concentrados no tubo digestivo, ocasionando a distensão do estômago, o que facilita o refluxo. Portanto, refrigerantes e águas com gás devem ser evitados.
- Evite alguns condimentos –Temperos como a pimenta, podem aumentar a secreção de ácido pelo estômago, aumentando a chance de refluxo. Para a substituição, podem ser utilizadas ervas aromáticas.
- Reduza a quantidade de frituras – Alguns alimentos contêm um alto teor de gordura, o que sobrecarrega o estômago e também relaxa o esfíncter, podendo resultar no caminho contrário do alimento.
- Fuja das roupas apertadas – Peças justas na região do abdômen, como calças ou cintas e cincos, aumentam a pressão nesta região do corpo, facilitando o refluxo do ácido para o esôfago.
Fontes:
Farmacêutica Curiosa – Hábito de tomar medicamento para azia traz riscos
Farmacêutica Curiosa – Riscos da automedicação e da interação medicamentosa
Folha de São Paulo – Uso prolongado de antiácidos pode prejudicar a saúde e preocupa médicos
Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) – Especialista ensina 7 passos para evitar o refluxo
Sobre o café descafeinado, eu já fiz um texto aqui no blog e você pode ler clicando nesse link: https://farmale.com.br/2016/06/amo-cheirinho-de-cafe-mas-aqui-so.html
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