Diagnóstico e tratamento
A causa do pioderma gangrenoso (PG) permanece desconhecida, não há como prevenir a ocorrência. Surge em associação com outras doenças ou isoladamente. Sua associação com doenças da imunidade e seu tratamento com agentes imunomoduladores sugerem uma causa imunológica. Importante destacar que não é uma doença infecciosa, trata-se de patologia de caráter autoimune.
Associação com outras doenças
O PG pode associar-se a outras doenças, embora 50% dos casos surjam isoladamente.
Diagnóstico
O diagnóstico do PG é clínico, pois não existem achados específicos, depende exclusivamente da observação de suas características clínicas e do curso evolutivo. Embora a histopatologia não produza achados específicos e sempre exista o risco de aumentar as lesões pelo mecanismo da patergia, a biópsia pode ser útil. O exame histopatológico de material de biópsia pode demonstrar a presença de neutrofilia estéril e vasculite linfocítica, contribuindo para a exclusão de outras etiologias para as úlceras cutâneas.
Cumpre enfatizar que o PG não é uma doença infecciosa. A presença de secreção purulenta não deve ser encarada como sinônimo de infecção bacteriana. Na verdade, é a presença maciça de neutrófilos, sem infecção, que gera o pus. Os pacientes com PG não exibem sinais sistêmicos de infecção, dado valioso para o diagnóstico desta grave moléstia.
O tratamento não é bem estabelecido
O tratamento do PG se baseia na imunossupressão. Apenas lesões muito pequenas e precoces respondem a tratamentos locais. Quando o paciente tem doença de base, trata-se primeiro essa. Vários autores descrevem casos de cicatrização completa somente após dois anos.
A infecção tem obrigatoriamente que ser excluída, visto que são utilizadas medicações imunossupressoras. A cirurgia tem lugar no tratamento final do PG, quando enxertos ou retalhos poderão ser necessários para o fechamento de grandes áreas de perda cutânea, após o controle da doença
O tratamento adequado, de acordo com a resposta do paciente (corticosteroides, imunossupressores, imunomoduladores e antibióticos de amplo espectro para tratar infecções secundárias), associado a cuidados locais, diminui a dor e previne cicatrizes extensas e o surgimento de novas lesões.
CONCLUSÃO
O aparecimento do PG é de início súbito. É importante classificar sua forma clínica, estabelecer associações com patologias de base e avaliar a resposta imune. A diversidade de drogas para a terapêutica demonstra a dificuldade de padronização de tratamento, que pode ser empírico inicialmente. A administração de corticoides e imunossupressores, combinada com cuidados locais, pode deter o curso da patologia. No entanto, em alguns casos, a ulceração progride com piora clínica, acompanhada de febre, mal-estar e mialgia, exigindo administração de nova associação medicamentosa, para garantir a cura e regressão da patologia.
Fontes:
Meyer TN. Pioderma Gangrenoso: Grave e Mal Conhecida Complicação da Cicatrização. Rev. Bras. Cir. Plást.2006;21(2):120-124.
Graças AM, Alecrim ES, Lyon S. Pioderma gangrenoso: evidências clínicas e características. Rev Med Minas Gerais. 2016;26:e-1790.
Mattos A. Pioderma gangrenoso: tudo que você precisa saber. PEBMED. Disponível em: https://pebmed.com.br/pioderma-gangrenoso-tudo-que-voce-precisa-saber/. Acesso em 17 de agosto de 2020.
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